Entendendo o Que é a Dislexia

As queixas frequentes de pais e professores relacionadas à aprendizagem têm aumentado significativamente na atualidade. Tal fato deve-se devido às exigências do mundo de hoje em que o sucesso do indivíduo está relacionado ao bom desempenho escolar. O fracasso na escola demonstra um rendimento escolar ruim, destitui a autoestima tornando o sujeito incapaz, desmotivado e sem perspectivas.
Dentre as dificuldades específicas de aprendizagem, segundo Adams (1973) ocorrem com crianças que não conseguem um grau de bom desempenho escolar compatível com a sua capacidade cognitiva e que não apresentam problemas auditivos, visuais, sensoriais ou psicológicos importantes que justifiquem tais dificuldades. Dentre estas alterações podemos destacar a dislexia.
Em 1896, foi descrito provavelmente o primeiro caso de dislexia, o de Pringle Morgan. O berço de estudo da dislexia foi a Inglaterra e um dos nomes de maior projeção nesse campo foi o do oftalmologista Hinshelwood. Muitos países têm pesquisado sobre o assunto como EUA, Dinamarca, Bélgica, França, Holanda, Suíça e Alemanha. Na América do Sul, os estudos iniciaram-se por volta de 1981, com a influência do psicólogo chileno Juan Bravo, e no Brasil, por Zélia Rocha (Santos, 1987).
Inicialmente, o nome recebido pela dislexia foi “cegueira verbal congênita”, depois “alexia desenvolvimental”, “dislexia congênita” e o termo mais utilizado até o momento seria “dislexia específica de evolução”.

A definição

A prevalência da dislexia parece variar em alguns países tendo frequências altas em países europeus e nos Estados Unidos, variando em diversos estudos de 3 a 18%. Rotta & Pedroso, 2006). No Brasil, Silva (2004) realizou um estudo com alunos de 3ª série do ensino fundamental, de quatro escolas privadas, constatando uma prevalência de 12,1%.
Quanto ao sexo, historicamente o número de meninos sempre foi superior ao de meninas para alguns autores, Schaywitz at al. (1990) sexo masculino 1,7: 1 sexo feminino, Critchley (1975) 5,1 meninos: 1 menina, Nico et alli, (2000) 1,5:1, com predomínio do sexo masculino e Pennington (2000) não relata diferenças entre os sexos.
Os estudos têm demonstrado que a dislexia apresenta causas hereditárias e familiares. Segundo Wajnsztejn e cols. (2005), a história familiar seria um dos fatores de risco mais importantes porque de 23 a 65% das crianças com pais disléxicos evidenciam o transtorno.
Estudos de genética molecular e comportamental indicam deficiências no processamento fonológico que são hereditárias, alteração no cromossomo 6, que tem efeito significante no desenvolvimento da habilidade ortográfica e afeta a atenção fonológica, e alterações no cromossomo 15, que está vinculado à decodificação de fonemas e no reconhecimento das palavras (Nico et alli, 2000).
A dislexia geralmente torna-se mais evidente na medida em que a criança inicia a fase de alfabetização com a aprendizagem do código gráfico. Segundo os pesquisadores é possível observarmos uma série de sinais que demonstram as possíveis dificuldades que a criança apresenta na fase escolar.
Para Giachetti & Capellini (2000) é importante diferenciarmos os Distúrbios de Aprendizagem, (dificuldade de aprendizado na fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas) e Dislexia (distúrbio específico de leitura). As diferenças podem ser percebidas no quadro a seguir:

A definição

As autoras descrevem a dislexia como o distúrbio que provoca na criança os seguintes sintomas:
Posteriormente, há alterações de sintaxe, semântica, incapacidade de aprender a estrutura da frase com erros na separação de palavras e ideias. Na redação, percebe-se uma dificuldade complexa e global na construção da linguagem, ou seja, para expressar o pensamento. O texto geralmente é breve, o pensamento é limitado, a ordenação de palavras é falha e a pontuação praticamente inexiste.
Verifica-se ainda que a criança pode apresentar:

Já Nico et alli (2000) descrevem os sinais que podem ser encontrados nas diferentes fases, pré-escola, idade escolar e fase adulta, indicando uma possível suspeita de dislexia.

Sinais na pré-escola

Sinais na idade escolar

Sinais na fase adulta

O diagnóstico correto, feito precocemente, logo que as dificuldades se fizerem presentes, auxilia a criança, os pais e aqueles que convivem com o disléxico. Para realização do diagnóstico da dislexia deve-se contar uma equipe multidisciplinar, formada por neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo. Quando necessário, é feito o encaminhamento a outros profissionais, como oftalmologista, geneticista ou complementação com exames como processamento auditivo e/ou visual, entre outros.
A responsabilidade e qualidade do diagnóstico são fundamentais, pois em muitos casos pode torna-se preconceituoso, limitador podendo determinar o sucesso ou sacramentar o fracasso de uma criança dependendo a maneira com a dislexia é encarada pela família, escola e profissionais afins, Gabanini (2002).
Na escola, o acompanhamento do disléxico é fundamental, pois não somente a avaliação, mas o tratamento deve ser realizado se necessário por uma equipe interdisciplinar. A família precisa ser orientada aprendendo a lidar com a criança e transmitindo informações entre os profissionais que atuam conjuntamente.
A criança precisa ser encorajada a lidar com suas dificuldades com o objetivo de melhorar seu rendimento, evitar ou diminuir a frustração e a baixa autoestima.

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